No último dia 14, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o cenário de mpox, no continente africano, constitui uma emergência em saúde pública de importância internacional, devido ao risco de propagação global e de uma potencial nova pandemia. Este é o mais alto nível de alerta da entidade.
Com isso, muitas são as dúvidas que surgem sobre sintomas, formas de transmissão, tratamento e prevenção. A preocupação, neste momento, é com a rápida propagação da nova variante da doença, a Cepa 1b, encontrada no continente africano e mais equipada na República Democrática do Congo (RDC).
De acordo com o último relatório do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (África CDC), o país registrou mais de 14 mil casos da doença somente neste ano e foram registradas 450 mortes devido à doença.
Embora o Brasil apresente sinais de estabilidade da mpox, é necessário manter um estado de alerta em relação ao vírus. O Ministério da Saúde garante que mantém os sistemas de vigilância de casos e dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), para coleta e execução de exames diagnósticos, prontos para dar resposta à doença.
Mas, afinal, o que é a mpox, o que as autoridades sabem sobre a doença até o momento e quais são os cuidados que a população deve tomar? Confira as respostas do Ministério da Saúde a seguir.
O que é mpox?
A mpox é uma doença causada pelo vírus mpox (MPXV), do gênero Ortopoxvírus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral. A transmissão em humanos pode ocorrer por meio de contato com:
- pessoa infectada pelo vírus mpox
- materiais contaminados com o vírus
Como o mpox é transferido?
A principal forma de transmissão do mpox é por meio do contato próximo e prolongado (abraços, beijos, relação sexual) quando existem lesões na pele tais como erupções detectadas, crostas, feridas e bolhas ou fluidos corporais (como secreções e sangue) em uma pessoa infectado.
A infecção também pode ocorrer no contato com objetos recentemente infectados, como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como móveis e pratos, que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa doente.
A mpox é lançada por macacos?
Não. Apesar do antigo nome usado (varíola dos macacos), é importante destacar que os macacos não são reservatórios do vírus da varíola.
Embora o reservatório seja desconhecido, é possível que a infecção tenha sido transmitida para seres humanos e tenha tido como fonte pequenos roedores das florestas tropicais da África, principalmente na África Central e Ocidental.
Quando acontece a transmissão da mpox?
Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até que as lesões da pele sejam completamente cicatrizadas.
A doença geralmente evolui para quadros leves e moderados; pode durar de 2 a 4 semanas.
Quais são os sinais e sintomas da mpox?
- Erupções reveladas ou lesões de pele (como bolhas, feridas com casca ou não)
- Adenomegalias, que se caracterizam por linfonodos inchados e também são denominadas de “línguas”
- Febre
- Dores no corpo
- Dor de cabeça
- Calafrio
- Fraqueza
Após contato com o vírus da mpox, em quantos dias começa a manifestação dos sinais e sintomas?
O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas do mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
Após a manifestação de sintomas como erupções na pele, o período em que as crostas desaparecem, uma pessoa doente deixa de transmitir o vírus para outras pessoas.
As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas às vezes podem aparecer antes da febre.
Quais são as características das lesões de pele da mpox?
As lesões serem planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podem formar crostas, que secam e caem.
O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas lesões, e pode ocorrer em qualquer parte do corpo como rosto, palma das mãos, planta dos pés, boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.
O que fazer ao apresentar os sintomas da mpox?
Quem achar que tem sintomas compatíveis com a mpox deve procurar uma unidade de saúde para avaliação e informar se teve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença.
Se possível, você deve isolar atividades sociais e coletivas.
É recomendado evitar contato próximo com outras pessoas, higienizar as mãos regularmente e seguir as orientações para proteger outras pessoas da infecção.
A maioria dos casos apresenta sintomas leves e moderados.
As principais medidas incluem o isolamento até que as lesões desapareçam, para evitar a transmissão para outras pessoas.
O tratamento tem como objetivo aliviar dor, febre e demais sintomas, além do acompanhamento de possíveis complicações clínicas.
Deve-se ficar atento à piora dos sintomas ou ao aumento da quantidade de lesões no corpo.
Caso ocorram problemas nos olhos como ocorrência, sinais de conjuntivite ou mesmo borramento da visão, o indicado é buscar avaliação médica em uma unidade de saúde.
Outra recomendação é conversar, sempre que possível, sobre os sintomas com parcerias afetivas e sexuais, além dos demais grupos sociais com os quais se convivem.
Mpox: como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da mpox é laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. O teste para diagnóstico laboratorial será realizado em todos os pacientes com suspeita da doença. A amostra a ser comprovada será coletada, preferencialmente, da reunião das lesões.
Quando as lesões já estão secas, o material encaminhado são as crostas das lesões. As amostras estão sendo enviadas direcionadas para os laboratórios de referência no Brasil.
Um mpox pode levar à morte?
Na maioria dos casos, os sintomas da mpox desaparecem em algumas semanas.
No entanto, em algumas pessoas, especialmente aquelas com deficiência na imunidade (imunocomprometidos), crianças e gestantes, os sinais e sintomas podem levar a complicações, caso não haja assistência adequada.
Existem medicamentos específicos para o tratamento da mpox?
Até o momento, não se dispõe de um medicamento aprovado especificamente para tratamento de mpox.
Atualmente, o tratamento tem se sustentado em medidas de suporte clínico, com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar as complicações e evitar sequelas.